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Preocupação está dentro dos hospitais, alerta secretário de Saúde de Minas sobre superfungo

  • Foto do escritor: isaias samuel
    isaias samuel
  • 16 de out. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 17 de out. de 2024

BH soma três casos confirmados até o momento e 22 pacientes estão sendo monitorados no Hospital João XXIII



O Secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, declarou nesta terça-feira (15) que a principal preocupação em relação aos casos do superfungo *Candida auris* está focada nos hospitais. Atualmente, 22 pacientes estão sob observação no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, com suspeita de infecção pela levedura, segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).


Baccheretti destacou que a atenção com o fungo se concentra especialmente nas áreas hospitalares, onde estão internados pacientes em estado mais frágil e vulnerável, e que a infecção afeta, principalmente, pessoas imunossuprimidas, o que eleva os riscos dentro desse ambiente.

“Não há motivo para a população em geral se preocupar, pois esse fungo não está se espalhando pela sociedade. Nossa atenção está voltada aos hospitais e aos nossos pacientes internados,” afirmou Baccheretti em entrevista à TV Globo.


A situação se intensificou com a confirmação de dois novos casos de infecção por *Candida auris* na última segunda-feira (14), totalizando três pacientes afetados em Belo Horizonte. Desses, dois já receberam alta, um em 20 de setembro e outro em 2 de outubro. O terceiro paciente ainda está internado e sob cuidados. A prefeitura de Belo Horizonte segue monitorando de perto a evolução dos casos.


O secretário de Saúde de Minas Gerais destacou que o foco principal, neste momento, é impedir a disseminação do superfungo *Candida auris* para outros hospitais. "Temos uma vigilância muito rigorosa no João XXIII, monitorando todos os contatos. Identificamos cada paciente que esteve na mesma enfermaria ou CTI dos casos confirmados, e todos serão testados", explicou.


Baccheretti também ressaltou que, após completar a testagem de todos os envolvidos e realizar uma desinfecção terminal das áreas afetadas, a situação estará sob controle. "Nosso objetivo é bloquear qualquer chance de proliferação do fungo, evitando que ele se espalhe para outros leitos do hospital e, consequentemente, para outras unidades de saúde", concluiu.


### Casos confirmados

Belo Horizonte registra três infecções confirmadas por *Candida auris* até o momento. O primeiro caso ocorreu em setembro, em um paciente do Hospital João XXIII, que recebeu alta no dia 20 do mesmo mês. Desde 2021, foram notificados 129 casos suspeitos em Minas Gerais, dos quais apenas três foram confirmados.


### Conheça mais sobre o “superfungo”


Casos de infecção pelo superfungo *Candida auris* têm sido motivo de grande preocupação no Brasil e no mundo. Conforme alerta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esse tipo de levedura – um fungo unicelular – é altamente resistente à maioria dos fungicidas disponíveis, tornando seu controle um desafio para a medicina atual.


Fungos do gênero *Candida* já são bastante conhecidos por provocarem infecções comuns, como as candidíases orais e vaginais, facilmente tratadas com medicamentos antifúngicos vendidos em farmácias. No entanto, o *Candida auris* é uma exceção preocupante. Ele forma uma camada protetora, chamada de biofilme, que dificulta o tratamento com fluconazol, anfotericina B e equinocandinas, três dos principais compostos usados contra infecções fúngicas.


Além de ser resistente, o *Candida auris* pode causar infecções graves, especialmente quando atinge a corrente sanguínea, resultando em quadros agressivos que podem levar à morte. Outro desafio é sua identificação: o fungo pode ser confundido com outras espécies do gênero *Candida* em análises laboratoriais, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento adequado.


Autoridades de saúde seguem em alerta para evitar a disseminação desse fungo nos hospitais, onde pacientes vulneráveis, como aqueles em unidades de terapia intensiva, estão mais suscetíveis a infecções graves.

 
 
 

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